domingo, 1 de abril de 2012

O QUE APRISIONA A MENTE? – A Sombra Coletiva.

O ser humano é um ser social e precisa viver em sociedade. Cada sociedade apresenta culturas próprias, tradições, crenças, valores os quais são moldados pelo modo de pensar dominante que vai sendo incorporado em cada novo integrante desta sociedade. O indivíduo é treinado para a autodefesa, a preservação desses valores e crenças, que em muitos deles faltam os preceitos de dignidade, amorosidade e respeito. Em muitos faltam o respeito ao semelhante, aos integrantes mais frágeis da sociedade, aos animais, à natureza.
Vamos refletir mais uma vez com Joanna De Ângelis em, Jesus & O Evangelho:
Pág.52- “O ser humano é o somatório das suas aspirações e necessidades, mas também o resultado de como aplica esses recursos que o podem escravizar ou libertar. A predominância da sombra ou do lado escuro é efeito compreensível da ignorância ou do acumpliciamento com o crime, derivado da preservação dos instintos primários em predominância no seu comportamento”.
Pág.57– “O indivíduo(...) ocultando a sombra mantém-se vinculado aos formalismos, às tradições, às aparências, embora os conflitos sub-reptícios em que agoniza. A necessidade de impor-se, de destacar-se no grupo social anula o discernimento, abrindo campo mental e emocional para fruir gozos e lucros pessoais(...) Resultado de sombra coletiva que se responsabiliza pelos comportamentos doentios dos povos(...), leis arbitrárias e punitivas(...) estabeleceram a relatividade dos valores humanos(...)”.
O grupo social tem grande influência no modo de pensar do indivíduo visto que ele é inundado de informações que o levam a seguir o pensamento coletivo, isso se não tiver a devida atenção e cuidado consigo. Essa influência se processa lentamente no cotidiano do indivíduo e assim, acaba por ser imperceptível.
O pensamento coletivo ignorante, corrompido, tem produzido máximas que se fixam nas mentes dos despreparados, dos ociosos, enfim, dos indivíduos de má vontade. Há infindáveis desses conceitos coletivos, eis alguns:
“Homem que é homem não leva desaforo para casa”.
“Para fazer parte da nossa turma tem que agir desse modo”.
“Homem que é homem tem que beber”.
“O mundo é dos espertos; todos fazem então também faço”.
"A honra deve ser lavada com sangue".
"O que é que tem isso? Hoje em dia é normal agir assim".
"Não gosto dessa gente (país), quero mais que eles sofram".

A influência está, na maioria das vezes, no grupo de convivência mais próximo - no seio familiar ou no grupo de amigos íntimos. Pessoas essas nas quais se confia e busca-se espelhar. Muitas vezes "herdamos" dos pais seus vícios, seus ódios e preconceitos, suas atitudes reprováveis; passa-se a odiar uma pessoa apenas por se tratar de um desafeto dos pais.
Emmanuel. Seara dos Médiuns, pág.168:
“(...) em toda a parte, vemos pessoas que ainda não aprenderam a raciocinar por si mesmas, reclamando ideias àqueles que as dirigem(...)”.
O grande perigo que Emmanuel alerta é quando a sombra coletiva se transforma em sombra individual e é incorporada ao modo de pensar do indivíduo que a aceita como verdade devido à sua ignorância e a falta de reflexão, e assim, ele passa a agir segundo sua orientação, mas também passará a sofrer todas as conseqüências decorrentes dela.
O indivíduo sempre procura mudar a sua rotina mas, quanto aos seus valores, muitos de tão arraigados, nem se cogita em refletir sobre eles - se são corretos ou equivocados.
Diversos interesses trazem à sociedade novos conceitos, criando ideias "modernas" e para isso é preciso impor uma nova moral. Quando não se sabe as implicações que o novo pode causar na vida, melhor é agir com prudência; não se deve "comprar" uma ideia a primeira vista. O indivíduo deve sempre usar a inteligência e o discernimento para avaliar o que há por trás das ideias que surgem a cada instante no seu convívio.
De novo vale a advertência postulada por Jesus: "Vigiai e orai".
Joanna De Ângelis. Jesus & O Evangelho, pág.142:
“Por instinto de conservação da vida, apega-se aos recursos que lhe passam pelo caminho: afetivos, emocionais, materiais e, sem as reservas morais suficientes submete-se-lhes, escravizando-se(...)”.
Para aqueles verdadeiramente embasados no evangelho de Jesus (aponto-o por ser o que conheço e estudo) dificilmente tais ideias e conceitos doentios se estabelecerão em suas mentes.

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