sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A FORÇA DO PENSAMENTO. – A Sociedade.

Encontramos no livro E a Vida Continua... de André Luiz, as seguintes passagens:
Pág.70- “(...) o mundo terrestre é aquilo que o pensamento do homem faz dele. Aqui (mundo espiritual) é a mesma coisa. A matéria se resume a energia. Cá e lá, o que se vê é a projeção temporária de nossas criações mentais(...)”.
Pág.72- “(André Luiz pergunta ao mentor) (...)se nos achamos num plano espiritual, que dizer das construções sólidas?(...) - Os edifícios no mundo dos homens nascem do pensamento que os esculpe e da matéria que obedece aos projetos elaborados. Aqui (mundo espiritual) verificamos o mesmo processo, diferindo apenas as condições da matéria, que se evidencia mais intensivamente maleável à influência da ideia”.
Nos leva a compreender que, com a força do pensamento, o homem é capaz de criar e modificar o ambiente em que se encontra, tanto no mundo material quanto no mundo espiritual. Os indivíduos que pensam de modo semelhante se procuram e se agrupam em uma sociedade elaborando e criando o ambiente de convivência mútua, bem como a estrutura e regras que darão certa ordem social. No mundo material é preciso usar as mãos para modificar a matéria, mas no mundo espiritual ela é manipulada pelo pensamento e pela vontade, que agitando o Fluido Cósmico Universal - (FCU) obtém as criações fluídicas, chamadas de formas-pensamento ou ideoplastias.

No mundo material os recursos são limitados, o homem utiliza sua inteligência e sentimento para aproveitá-los do modo que lhe convém. Considerando o mundo material como uma escola para o aprendizado de lições específicas e direcionadas, a liberdade que se desfruta é relativa e limitada. O alcance e a influência do pensamento são limitados, pela própria natureza da matéria.

No mundo espiritual os recursos são ilimitados, e também são utilizados do modo que melhor convém ao desencarnado. Vê-se então, que no mundo espiritual a liberdade é muito maior, o alcance e a influência do pensamento limita-se apenas ao grau evolutivo de cada um, e tudo o que se pensa e deseja pode ser criado, o que não ocorre no mundo material. Este é o indicativo de que o verdadeiro lar do ser humano é o mundo espiritual; também chamado de mundo mental por Emmanuel. Concluindo: a mente utiliza-se da matéria de que dispõe, que em ambos os mundos, provém do FCU.

Quando a mente elabora uma ideia, a intenção esperada é colocá-la em prática, e o indivíduo buscará compartilhá-la com aqueles que as apreciam, acreditam nela e por sua vez, podem dar sua contribuição. O indivíduo guiado por pensamentos de amor, respeito ao próximo, solidariedade, procurará a companhia daqueles que nutrem pensamentos semelhantes, e juntos constituirão um ambiente, e todo o ordenamento social, que refletirá aqueles sentimentos comuns com os quais estão sintonizados. 

Então, tudo o que os seres de mentalidade superior constroem, tem um caráter moralmente elevado visando o bem-estar coletivo; já as construções mentais dos seres de mentalidade inferior refletem o desequilíbrio dos seus idealizadores, como vemos em outro trecho do mesmo livro E a Vida Continua... de André Luiz, na pág. 102:
“Achamo-nos a frente de perigosa extensão de espaço, habitada por milhares de criaturas rebeldes que constroem, à custa dos próprios pensamentos em desvario, o ambiente desolado que se nos impõe à vista(...) somos defrontados pelas mais estranhas edificações(...)”.
Em analogia ao texto acima, vemos que a sociedade terrena apresenta injustiças, desvios e imperfeições, que são frutos do conjunto dos pensamentos de seus habitantes que majoritariamente pensam de modo semelhante. O modo de pensar do ser humano concebe uma sociedade onde aedificações, as instituições, o ordenamento jurídico, a tecnologia, a produção de alimentos, e etc., são em sua maioria, a expressão dos valores morais que predominam na sociedade naquele momento. Àqueles que não consentem com os desvios e não contribuem com as injustiças de hoje, os praticavam em encarnações passadas, o que não os livram da responsabilidade. A justiça divina nos coloca onde devemos estar.

O problema se agrava quando, seguindo uma pretensão vaidosa, o indivíduo busca solucionar as imperfeições que a sociedade apresenta, fora da moral contida nos ensinamentos evangélicos de Jesus Cristo. Cada indivíduo, no seu íntimo, possui um modelo ideal de sociedade, mas ao tentar impô-lo se tornará um tiranoAs soluções apresentadas de forma tirana, impositiva, maliciosa, sempre trazem um grande mal à sociedade, porque a própria imposição já reflete o caráter amoral de quem as propôs. Assim, surge uma questão: qual o sentimento por trás da proposta?

Para não incorrer neste erro, deve-se seguir a sugestão de Jesus para aperfeiçoar a sociedade até agora concebida: baseá-la na lei de amor. Jesus não estabeleceu uma estrutura social ideal nem um conjunto de leis ou regras, apenas pregou o amor incondicional como norma de conduta para guiar toda sociedade estabelecida em qualquer época. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XI, it. 8 - A Lei de Amor, encontramos:
“A lei de amor substitui a individualidade pela fusão dos seres, e sufoca as misérias sociais”. Lázaro
A sociedade não necessita sofrer uma revolução que transforme seus valores, costumes e crenças, típicas de soluções rápidas e sedutoras; a sociedade necessita de aperfeiçoamento. E é o sentimento do amor que irá aperfeiçoando e corrigindo os erros e desvios de cada integrante da sociedade, são as decisões individuais originadas por pensamentos baseados no amor, na caridade, que trarão reflexo ao conjunto.

Uma estrutura social e jurídica perfeitamente idealizadas serão corrompidas por integrantes que se guiam por pensamentos corrompidos, desvirtuando as leis, e mesmo os aspectos religiosos (incluídos àqueles da doutrina espírita). A solução não se encontra pronta, baseada em fatores externos ao indivíduo, como se ele estivesse eximido do trabalho, do esforço e da prática do bem. A solução se encontra na autoeducação proposta pela reforma íntima, corrigindo primeiro, os desvios internos do ser humano.

O indivíduo não deve preocupar-se com seu alcance limitado na sociedade, pois, entendendo a família, ou o local de trabalho, como uma micro sociedade, onde sua ação é mais efetiva, pode vincular o mesmo raciocínio que foi demonstrado. Pensamentos de amor, respeito, vão construindo o ordenamento familiar e profissional de modo em que todos os membros convivam em um ambiente harmonioso, não propenso aos atritos, às desavenças e hostilidades.